Em
um antigo mosteiro budista, um jovem monge questionava o mestre:
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Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam de mais, outras
são ignorantes, muitas são indiferentes, eu sinto ódio das mentirosas e sofro
com as que caluniam.
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Pois viva como as flores, orientou-lhe o mestre.
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E como é viver como as flores? – perguntou o jovem monge.
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Repare nas flores – ele falou apontando os lírios, que crescem no jardim – Elas
nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo
malcheiroso tudo aquilo que lhes é importante, útil e saudável, mas não
permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.
É
justo inquietar-se com as suas próprias imperfeições, mas não é sábio permitir
que os vícios dos outros o perturbem. Os defeitos deles, são deles, não seus.
Se não são seus, não há razão para aborrecimentos. Exercite, pois a virtude de
rejeitar todo o mal que vem de fora. Isso é viver como as flores!