Dois discípulos procuraram um mestre para saber a diferença
entre Conhecimento e Sabedoria.
O mestre disse-lhes:
– Amanhã, bem cedo, coloquem dentro dos sapatos vinte grãos
de feijão, dez em cada pé. Subam, em seguida, a montanha que se encontra junto
a esta aldeia, até o ponto mais elevado, com os grãos dentro dos sapatos.
No dia seguinte os jovens discípulos começaram a subir o
monte. Lá pela metade um deles estava padecendo de grande sofrimento, seus pés
estavam doloridos e ele reclamava muito.
O outro subia naturalmente a montanha. Quando chegaram ao
topo um estava com o semblante marcado pela dor; o outro, sorridente.
Então, o que mais sofreu durante a subida perguntou ao
colega:
– Como você conseguiu realizar a tarefa do mestre com
alegria, enquanto para mim foi uma verdadeira tortura?
O companheiro respondeu:
– Meu caro colega, ontem à noite cozinhei os vinte grãos de
feijão.
É comum que se confunda Conhecimento com Sabedoria, mas
essas são coisas bem diferentes. Se prestarmos atenção, podemos verificar que a
diferença é clara e visível.
O Conhecimento é o somatório das informações que adquirimos,
é a base daquilo que chamamos de Cultura. Podemos adquirir Conhecimento sem
sequer vivermos uma experiência fora dos livros e das aulas teóricas. Podemos
nos tornar Cultos sem sairmos da reclusão de uma biblioteca.
Já a Sabedoria, por outro lado, é o reflexo da vivência, na
prática, quer pela experimentação, quer pela observação, da utilização dos
conhecimentos previamente adquiridos. Para se ser Sábio é preciso viver,
experimentar, ousar, ponderar, amar, respeitar, ver e ouvir a própria vida.
É preciso buscar, sim, o conhecimento, a informação. Deve-se
atentar para não se tornar alguém fechado em si mesmo e no próprio processo de
aprendizado. Fazer isso é o mesmo que iniciar uma viagem e se encantar tanto
com a estrada a ponto de se esquecer para onde se está indo.
E isso não parece ser uma atitude muito sábia. Então,
sejamos Sábios, vivamos, amemos e compartilhemos o que há em nossos corações!
E que saibamos cozinhar nossos feijões…
(Autor Desconhecido)
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