"Van Gogh ao descrever seu famoso quadro da sala de
sinuca, explica que colocou uma rosa vermelho-forte sobre uma das mesas para
destacar paixão naquela zona do quadro. Sim, o vermelho é a cor das paixões
fortes e incontroladas. Assim sendo, não é difícil de imaginar que o primeiro
chakra seja o de mais intensa e selvagem energia. O "chakra
cor-de-sangue" quando despertado, deixa a pessoa com o sangue quente,
passional, com uma grande necessidade de afirmação da própria energia. A pessoa
se torna excitada, por vezes agitada, necessitando movimentar-se, fazer algo. O
vermelho é uma cor que esquenta rapidamente, logo, esse chakra quando
energizado na pessoa, faz com que ela desencadeie fortes processos vitais, e
queira ir direto e rapidamente ao ponto naquilo que busca.
Certa vez, uma aluna em um curso de meditação perdeu os
sentidos em um surto de hipoglicemia, ligamos para uma ambulância, mas enquanto
essa não chegava, me lembrei de minhas aulas de cromoterapia com as irmãs-doutoras
Valéria e Elaine Moreira em minha adolescência e mentalizei a luz vermelha
internamente em minha testa e sobrepus minhas duas mãos sobre a moça. Tomei um
susto com a rapidez com que ela voltou do surto e se levantou, sem demonstrar
traço de tonteira. Ensinei a ela, que comprou lâmpadas vermelhas e avisou aos
filhos, que usaram outras duas vezes para tirá-la do desmaio. O vermelho atua
muito rapidamente, como o faz o primeiro chakra. O primeiro chakra é o apelo
sexual do adolescente, que acha que quer tudo para ontem, que não pode esperar
até amanhã para ser feliz. Você dificilmente encontrará uma pessoa cujo chakra
predominante seja o primeiro que seja mais ou menos em algo. O vermelho é uma
cor tipo ame-a ou deixe-a, o primeiro chakra é tipo "quem vai com tudo não
cansa".
Doenças ligadas ao primeiro chakra, como doenças de
próstata, são amenizadas se comemos alimentos com licopeno, alimentos
vermelhos, como tomate, melancia, morango, beterraba e etc.
O laranja, cor que rege o segundo chakra é uma cor que
abre o apetite. Dizem que o Mac Donalds escolheu essa cor por deter essa
informação. Mas é também a cor usada pelos monges renunciantes da índia. Se o
primeiro é o chakra da paixão e da vida, o segundo é o da morte, onde a pessoa
lida com a desidentificação com os objetos de desejo. O laranja é uma cor
ligada ao jogo de sedução, ao aconchego, à vontade de ser escolhido por alguém,
às trocas afetivas, à sensualidade e todas essas são qualidades ligadas ao
segundo chakra. Porém, esse é um chakra de sutilezas. Ao mesmo tempo em que ele
é mestre em criar laços e dar nós, é mestre em desdá-los. A superfície desse
chakra está ligada ao atrair e reter. O centro dele, ao desapegar-se e deixar
ir. É o chakra que rege nossos intestinos e seus movimentos peristálticos. Se
ficarmos só na superfície do chakra tenderemos ao apego e a dificultar o
andamento do tráfego intestinal. Se nos vincularmos ao seu centro, deixaremos
ir do alimento coletado e digerido, aquilo que não nos diz respeito.
O amarelo é uma cor viva como o é o terceiro chakra, que
ela rege. Uma cor de brilho forte para administrar um chakra que nos inclina a
disputar um lugar ao sol. É uma cor ligada à atenção, relacionada ao chakra
responsável pelo plexo solar, o centro da ansiedade. Sim, a ansiedade está
ligada ao estado de apreensão, a estarmos extremamente atentos aos mínimos
sinais do ambiente, para interpretá-los e reagir a contento aos desafios que
nos aparecem pela frente. A ansiedade é algo que surge em nós quando entendemos
que necessitamos alcançar algo e corremos o perigo de não alcançá-lo. Dessa
maneira, o terceiro chakra nunca deixa que a claridade do amarelo se apague, e
usa a agilidade intelectual que essa cor representa, para raciocinar o mais
rapidamente possível e encontrar sempre a resposta mais afiada. Pode-se dizer
que o terceiro chakra nos inclina ao estado de alerta constante, simbolizado
pelo amarelo.
O terceiro chakra é a busca da perfeição do ouro. Mas
também da retidão de caráter, da claridade elucidadora. Na Índia ele é chamado
de manipura. Mani significa jóia, aquela que é intocada pela impureza,
traduzindo o desejo do competitivo terceiro chakra, de não se contaminar com o
que o cerca.
O verde é uma cor equilibrada e intermediária, entre o
quente e o frio e rege o quarto, o chakra central, situado entre os três
primeiros, ligados a nossas ocupações materiais e os três últimos, relacionados
a nossa inteiração com o universo espiritual. O verde é uma cor que equilibra
quase tudo em nós, seja a nível psíquico, emocional, físico, energético ou
espiritual. Ele é muito usado no final de sessões de cromoterapia, quando
terapeutaa desconfiam ter exagerado na exposição do paciente a alguma cor. Eles
finalizam a sessão com um banho de verde, como garantia de que a pessoa sairá equilibrada
do consultório. O verde é uma cor que suscita a felicidade, o renascimento e a
revitalização, propriedades também do coração e das emoções ligadas a esse
chakra.
O verde é ainda uma cor que dilata e contrai as veias,
sendo indicado para tratamento de varizes, que também melhoram a partir de
outros exercícios que acordem e harmonizem esse chakra. O verde aumenta a
variação entre contração e expansão do coração e ajuda a tirar o líquido
espalhado pelo corpo. Ele aumenta a diurese e, pode-se de certa maneira dizer,
que ele "enxuga" o corpo dos excessos de líquidos.
O azul celeste e turquesa estão ligados à paz e são cores
que aumentam a criatividade, qualidade intrínseca do quinto chakra. Experimente
passar algumas tardes deitado na grama, ou em um banco de praça, de quarenta
minutos a uma hora por dia, deixando os olhos, relaxados, se alimentarem do
azul do céu. Você se surpreenderá ao realizar como a cor que rege o quinto
chakra o deixará mais e mais criativo. O azul celeste está ligado à maternidade,
o momento de criação mais concreta disponível a um ser humano. Essa cor é usada
na cromoterapia para tratamento de transtornos que aparecem do nada e que
desaparecem repentinamente. O quinto chakra é assim, sua criatividade vem, não
se sabe de onde, mas também desaparece facilmente, sem que se saiba para onde
foi. O azul celeste é uma cor com propriedades adstringentes, anti-sépticas e
calmantes. Para a ciência das cores, ela tem a qualidade de fechar os poros. Se
assemelha ao quinto chakra que, por momentos, nos inibe de respirar as
influências ambientes e nos permite tirar soluções próprias, de um baú pessoal,
para os desafios externos.
O azul marinho ou índigo é uma cor calmante que estimula
a meditação. O sexto chakra, regido por ela, é o chakra onde ficamos no limiar
entre o mundo dual da natureza e a integração total com o universo.
Ramakrishna, a grande referência mística da Índia no século XIX, costumava
falar sobre os chakras para seus discípulos. Ele começava a falar pelo primeiro
e ia avançando por ordem, mas nunca chegou a falar do sétimo. Quando começava a
dissertar sobre o sexto, seus dois olhos iam se virando para o espaço entre as
sobrancelhas e, de repente, ele entrava em samadhi, em estado de êxtase. O
sexto cakra fica tão próximo do sétimo e último, o chakra da dissolução do eu
no todo, da gota no oceano para usar a expressão dele, que quando mergulhamos
profundamente no sexto chakra, ficamos a um fiapo de distância do êxtase
espiritual derradeiro. Assim como o azul escuro da noite, que quando está
profundamente escuro, se confunde com a escuridão total do negro.
O azul marinho é uma cor isolante, que estimula nosso
estado de neutralidade entre a atividade e o descanso, entre o yin e o yang,
entre os apelos passivos e os ativos da vida.
O violeta é uma cor que desencadeia processos em locais
menos visíveis do corpo, age em doenças sutis e de difícil diagnóstico. Ela
obtém uma resposta muito acentuada do sistema imunológico. O sétimo chakra, que
é administrado por ela, nos torna imunes a provocações, por nos
desidentificarmos delas. O violeta acelera todas as nossas respostas hormonais
e esse chakra se liga diretamente à administração da chave-mestra de nosso
sistema glandular. É uma cor muito usada em meditação, por desencadear insights
e mesmo facilitar o contato com a fonte de onde vêm todos os insights. O
violeta tem uma porção de vermelho que nos mantém acordados, mesclado a uma
porção de azul que nos mantém calmos. Essa é a essência do sétimo chakra, estar
ativo mas em plena consciência, estar participante da cena, ao mesmo tempo que
reflexivo. É considerado na cromoterapia um "acelerador de karma". Já
o sétimo chakra, é quando, finalmente, nos vemos livres de todos os liames
psicológicos que nos prendem ao mundo."
Texto original: http://pedrotornaghi.com.br/blogger/?p=2924&fbclid=IwAR1Mw-ngcRGetcwN2zydriq0MMYghDH2oGCdiD5l2Jm1Nb42DYa2UbTDvsU
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